Integrando atividades do Mês da Consciência Negra, a Comissão de Diversidade Sexual e Gênero (CDSG) da OAB/RS promoveu, na quarta-feira (19), mais uma edição do “Café com L”, com o tema “Vozes que Transformam: mulher negra, carreira e protagonismo”. Realizado em formato híbrido, com participação presencial no auditório do 2º andar da sede da Ordem e transmissão pelo Canal da OAB/RS no YouTube, o encontro debateu o protagonismo de mulheres negras e lésbicas, destacando as interseções entre diversidade, educação, cultura e atuação profissional. O debate contou com a participação da fonoaudióloga Mirian Mitê e da integrante da Comissão da Igualdade Racial (CIR), Dolores Teresinha Silveira.

Confira a íntegra no Youtube da OAB/RS.

Para a presidente da Comissão, Bianca Carolina Hilgert, o evento reforça a importância de espaços dedicados a ampliar a visibilidade de diferentes vivências e identidades: “O Café com L é um espaço que construímos para falar sobre mulheres, com mulheres e sobre temas que atravessam nossas trajetórias. É um ambiente pensado para dar visibilidade às lésbicas, que ainda enfrentam dificuldades para ocupar espaços e eventos. Por isso, debates sobre intolerância racial, intolerância religiosa e racismo são fundamentais para compreendermos as diferentes camadas que afetam as mulheres como um todo.”

Ao abordar a importância de ampliar espaços de acolhimento e escuta, Mirian destacou: “Precisamos trabalhar como sociedade para construir um lugar de equidade. Não se trata de dar voz a quem não tem, mas de criar condições para que vozes historicamente silenciadas sejam finalmente escutadas com a atenção e o respeito que sempre mereceram.”

Dolores Teresinha ressaltou a persistência das barreiras estruturais enfrentadas pela população negra: “Ainda sentimos os resquícios do preconceito e da discriminação. Existem espaços que permanecem bloqueados, mas seguimos lutando e começando a ocupar esses locais. A nossa presença aqui é prova disso. Talvez ainda precisemos de muitos anos para superar essa realidade, porque envolve privilégios que muitos não querem abrir mão. Como lembra Cida Bento, ‘não pode haver meritocracia enquanto houver racismo’.”

Presenças

Também estiveram presentes no debate os membros da CIR Beatriz Rocha e Otávio Reissig Oliveira